a montagem de um palco ao ar livre na cinelândia foi uma engenhosa solução encontrada pela direção do theatro municipal para driblar as obras de revitalização e comemorar o centenário da casa.
apresentar os números ao ar livre na cinelândia, com telões transmitindo a programação, serviu para aproximar a população das artes ditas eruditas. mesmo que na noite da comemoração, bem como nos dias que antecederam a apresentação, os transeuntes sofressem com o pouco espaço que sobrava para transitar nas calçadas, principalmente na hora de voltar para casa.
foi bonito ver o povo ocupando a praça enquanto esperava o espetáculo. suponho que a prefeitura tenha realizado uma limpeza humana no local, pois não se via sombra dos mendigos e pivetes cheiradores de cola que normalmente se concentram na área.
entretanto, o pessoal do dudinha paes só deve ter esquecido de passar uma aguinha (ô trema, que saudade!) com sabão na praça, porque além dos edifícios art-decó, era o ar de cocô que ainda reinava.
talvez fosse um lembrete ao povo sentado no monumento a floriano peixoto que, passadas as comemorações, a decadência voltará a tomar conta da cinelândia. mostra que o poder público insiste numa estratégia errada: de pouco adianta restaurar edifícios se o material humano também não for revitalizado.
Borduna! 